quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Deus e o diabo na terra do mal
Deus e o diabo na terra do mal
por Michelle Amaral da Silva — Última modificação 02/09/2008 16:12
Contribuidores: Rui Martins
Garzon é pior que Deus, porque não tem misericórdia, e que o Diabo, porque aplica aqui na vida terrena do condenado a pena do Inferno
1º/09/2008
Rui Martins
Dizem as Escrituras que nada ficará todo tempo encoberto e que mais ou menos dias, tudo virá a público. O segredo, a impunidade, a manipulação geralmente têm um dia em que acabam e são descobertos.
Em 2001, num bate-boca no Senado, o senador Jader Barbalho, teve a seguinte explosão verbal com o também senador Romeu Tuma- "Não sei quem irá nos julgar: Deus ou o Diabo. E vossa Excelência vai ter que prestar conta lá pelo presente ou pelo passado. E pode estar perto. A palidez de vossa excelência está indicando que é em breve isso".
Essa frase agourenta e profética ficou registrada no jornal paulista Folha de São Paulo, pois Romeu Tuma, é senador por São Paulo. E, enfim, se realizou, mas não caberá ainda a Deus ou o Diabo julgar Romeu Tuma, porém um homem mais rigoroso que o inspetor Javert dos Miseráveis, de Vitor Hugo, o juiz Balthazar Garzon.
Garzon, o juiz sombra que acabou com a velhice tranquila de um criminoso, o general Augusto Pinochet. Garzon é pior que Deus, porque não tem misericórdia, e que o Diabo, porque aplica aqui na vida terrena do condenado a pena do Inferno. Não precisam as almas dos mortos, assassinados depois de torturados, virem assombrar os que viveram tranquilos, como bons pais e avós de famílias, depois de tantos crimes cometidos sob sua responsabilidade.
Não, Garzon, não deixa a punição para Deus ou o Diabo, que afinal podem não existir. Ele quer o castigo nesta nossa terrinha, aquele castigo que consiste em destruir a hipocrisia de uma vida respeitável. Nem todos os assassinos terminam atrás da grades, já velhos ou doentes, podem mesmo se beneficiar de uma tolerância, que não tiveram com suas vítimas.
O supremo castigo é o opróbio, palavra complicada que significa a vergonha a que se submete o bandido diante do povo, depois de revelado seu crime. É uma espécie de pelourinho virtual. Uma vergonha seguida de rejeição. É o Inferno ardente, no qual o juiz Garzon costuma jogar seus condenados.
Antes de Garzon, Pinochet era citado como ditador chileno nas enciclopédias; depois de Garzon, Pinochet entra para a História como ditador assassino. O castigo que não vem a cavalo é pior que uma pena de morte.
Filinto Mueler, por exemplo, mão pesada da ditadura de Vargas, era o como o Fleury do DOPS durante a ditadura militar brasileira. Acabou conhecido pela nova geração como o autor indireto do assassinato de Olga, a mulher de Prestes. Escapou de qualquer castigo humano, ficou para Deus ou o Diabo decidirem, mesmo se morreu carbonizado no único acidente da Varig na rota Paris, em chamas ao aterrissar.
Eu daria o premio Petrobrás (nunca fui muito com a Esso Standard Oil) de reportagem aos jornalistas da Folha que descobriram a família do espanhol Miguel Sabat Nuet, assassinado no Dops, em outubro de 1973. E 35 anos depois ressurgem os ossos e o fantasma de uma das tantas vítimas da repressão brasileira.
Esta na hora de se ler o livro do jornalista Percival de Souza, Autópsia do Medo, meu colega na Major Quedinho, no Estadão e JT, antes de minha partida para o exílio. Percival compara Tuma a Fleury. E meu professor de Direito na UPS, Gofredo da Silva Telles, falou assim para a Folha, em outubro de 2000:
Romeu Tuma assinava documentos comprometedores. Os papeis avalizariam versões policiais de que presos mortos sob tortura haviam de suicidado.
O espanhol Miguel Sabat Nuet praticamente ressuscitou da vala no cemitério de Perus, onde tinha sido lançado entre indigentes e outras vítimas da ditadura, para pedir Justiça. E, sem dúvida, Garzon e a Espanha farão a justiça, esperada há tanto tempo por tantos perseguidos, confirmando a praga lançada por Jader Barbalho, no Senado há 7 anos.
Garzon é pior que Deus, porque não tem misericórdia, e que o Diabo, porque aplica aqui na vida terrena do condenado a pena do Inferno.
Dizem as Escrituras que nada ficará todo tempo encoberto e que mais ou menos dias, tudo virá a público. O segredo, a impunidade, a manipulação geralmente têm um dia em que acabam e são descobertos.
Em 2001, num bate-boca no Senado, o senador Jader Barbalho, teve a seguinte explosão verbal com o também senador Romeu Tuma- "Não sei quem irá nos julgar: Deus ou o Diabo. E vossa Excelência vai ter que prestar conta lá pelo presente ou pelo passado. E pode estar perto. A palidez de vossa excelência está indicando que é em breve isso".
Essa frase agourenta e profética ficou registrada no jornal paulista Folha de São Paulo, pois Romeu Tuma, é senador por São Paulo. E, enfim, se realizou, mas não caberá ainda a Deus ou o Diabo julgar Romeu Tuma, porém um homem mais rigoroso que o inspetor Javert dos Miseráveis, de Vitor Hugo, o juiz Balthazar Garzon.
Garzon, o juiz sombra que acabou com a velhice tranquila de um criminoso, o general Augusto Pinochet. Garzon é pior que Deus, porque não tem misericórdia, e que o Diabo, porque aplica aqui na vida terrena do condenado a pena do Inferno. Não precisam as almas dos mortos, assassinados depois de torturados, virem assombrar os que viveram tranquilos, como bons pais e avós de famílias, depois de tantos crimes cometidos sob sua responsabilidade.
Não, Garzon, não deixa a punição para Deus ou o Diabo, que afinal podem não existir. Ele quer o castigo nesta nossa terrinha, aquele castigo que consiste em destruir a hipocrisia de uma vida respeitável. Nem todos os assassinos terminam atrás da grades, já velhos ou doentes, podem mesmo se beneficiar de uma tolerância, que não tiveram com suas vítimas.
O supremo castigo é o opróbio, palavra complicada que significa a vergonha a que se submete o bandido diante do povo, depois de revelado seu crime. É uma espécie de pelourinho virtual. Uma vergonha seguida de rejeição. É o Inferno ardente, no qual o juiz Garzon costuma jogar seus condenados.
Antes de Garzon, Pinochet era citado como ditador chileno nas enciclopédias; depois de Garzon, Pinochet entra para a História como ditador assassino. O castigo que não vem a cavalo é pior que uma pena de morte.
Filinto Mueler, por exemplo, mão pesada da ditadura de Vargas, era o como o Fleury do DOPS durante a ditadura militar brasileira. Acabou conhecido pela nova geração como o autor indireto do assassinato de Olga, a mulher de Prestes. Escapou de qualquer castigo humano, ficou para Deus ou o Diabo decidirem, mesmo se morreu carbonizado no único acidente da Varig na rota Paris, em chamas ao aterrissar.
Eu daria o premio Petrobrás (nunca fui muito com a Esso Standard Oil) de reportagem aos jornalistas da Folha que descobriram a família do espanhol Miguel Sabat Nuet, assassinado no Dops, em outubro de 1973. E 35 anos depois ressurgem os ossos e o fantasma de uma das tantas vítimas da repressão brasileira.
Esta na hora de se ler o livro do jornalista Percival de Souza, Autópsia do Medo, meu colega na Major Quedinho, no Estadão e JT, antes de minha partida para o exílio. Percival compara Tuma a Fleury. E meu professor de Direito na UPS, Gofredo da Silva Telles, falou assim para a Folha, em outubro de 2000:
Romeu Tuma assinava documentos comprometedores. Os papeis avalizariam versões policiais de que presos mortos sob tortura haviam de suicidado.
O espanhol Miguel Sabat Nuet praticamente ressuscitou da vala no cemitério de Perus, onde tinha sido lançado entre indigentes e outras vítimas da ditadura, para pedir Justiça. E, sem dúvida, Garzon e a Espanha farão a justiça, esperada há tanto tempo por tantos perseguidos, confirmando a praga lançada por Jader Barbalho, no Senado há 7 anos.
Rui Martins é jornalista brasileiro e vive em Berna, na Suíça
Horário de verão começa no dia 19 de outubro
O Ministério de Minas e Energia informou nesta quinta-feira (28) que a edição 2008/2009 do horário de verão vai começar à zero hora do dia 19 de outubro e terminará à zero hora do dia 15 de fevereiro do ano que vem.
Durante esse período, os relógios das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste deverão permanecer adiantados em uma hora.
A previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico é de que o horário de verão leve a uma redução do consumo de energia de 4% a 5% no chamado horário de pico (entre o fim da tarde e início da noite). Isso representa uma economia de cerca de 2.000 MW.
Eleições - Nas eleições de 2006, o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio de Mello, pediu em agosto à Casa Civil que o início do horário de verão daquele ano não coincidisse com o dia das eleições.
O ministro de Minas e Energia da época, Silas Rondeau, esclareceu no início de outubro de 2006 que o início do horário de verão daquele ano estava previsto para o dia 5 de novembro. Portanto, depois do 2° turno das eleições presidenciais, marcada para o dia 29 de outubro.
O ministério de Minas e Energia informou ao G1 que o TSE não fez pedido algum este ano, e por isso o horário de verão terá início entre o 1°e o 2° turno das eleições de 2008. (Fonte: G1)
ECOLUNA – Conheça três mitos e verdades da iluminação eficiente
ECOLUNA – Conheça três mitos e verdades da iluminação eficiente
Em termos de iluminação, são quatro os principais mitos identificados por um estudo feito pelo Conselho Americano para uma Economia Eficiente Energeticamente (ACEEE, na sigla em inglês), que apresentou também a recomendação verdadeira para cada um.
Segundo o estudo, um dos mitos é de que não se deve apagar as luzes por um curto período de tempo, e isto certamente contraria o senso comum. Acender e apagar com freqüência as lâmpadas têm baixo impacto em sua vida útil e ajuda, sim, a economizar energia. A recomendação é apagar as luzes mesmo quando for deixar o cômodo apenas por alguns minutos.
Há também um mito que diz respeito ao funcionamento das lâmpadas fluorescentes compactas (LFCs) atuais, que funcionariam tão bem quando as incandescentes e que seriam igualmente seguras. A verdade é que as lâmpadas fluorescentes compactas (ou lâmpadas econômicas, como ficaram conhecidas depois do apagão) têm seguido um longo caminho em termos de qualidade e variedade e os modelos atuais consomem somente uma fração da energia que é consumida pelas lâmpadas incandescentes. A recomendação, para os EUA, é procurar pelo selo Energy Star que, no Brasil, é equivalente ao Selo de Qualidade do Procel/Inmetro), certificador da alta qualidade das lâmpadas.
O estudo americano também apontou que, de acordo com especialistas, embora não desejável, mesmo se uma lâmpada fluorescente compacta quebrar dentro de casa, a quantidade de mercúrio nela não é suficiente para oferecer danos à saúde.
“É importante que o cidadão comum diferencie o que é verdade e o que não é, se conscientize cada vez mais sobre o que é eficiência energética e como cada um pode contribuir para a redução dos efeitos do aquecimento global”, diz o presidente da Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação (ABilumi), Alexandre Cricci,. Para ele, a substituição paulatina das lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes eletrônicas, algo já praticado em quase todo o mundo, é um caminho sem volta.
Comida
A Tetra Pak participa do Casa Boa Mesa, um dos principais eventos brasileiros de gastronomia, realizado pelo grupo Casa Cor, que acontece entre os dias 10 e 30 deste mês no Jockey Club, em São Paulo.
O mote da participação é que suas embalagens cartonadas preservam as características nutricionais e o sabor dos alimentos e são 100% recicláveis. A empresa também equipará a área com lixeiras de coleta seletiva.
Lavadora mais ecológica
A Sulclean apresenta na Nova Equipotel 2008 a lavadora Electrolux Wetcleaning. Diz a empresa que, em pleno acordo aos padrões internacionais de proteção ao meio ambiente, a Wetcleaning utiliza produtos biodegradáveis, acaba com os solventes, os gases tóxicos e os problemas de tratamento de resíduos associados à lavagem a seco e “atende perfeitamente lavanderias de hotéis, motéis, flats, hospitais e indústrias”.
Reconhecimento
A Amda (Associação Mineira de Defesa do Ambiente) será homenageada nesta quinta-feira na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A homenagem foi proposta pelo deputado Fábio Avelar pelos 30 anos de lutas e conquistas da entidade. O evento terá início às 20h com solenidade no plenário Juscelino Kubitscheck.
FONTE: AMBIENTE BRASIL
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
IV Concurso Literário “Cidade de Maringá”
IV Concurso Literário “Cidade de Maringá”
Promoção: Academia de Letras de Maringá
Apoio: União Brasileira de Trovadores – Seção Maringá
Modalidades:
TROVA (lírica ou filosófica)
SONETO (decassílabo)
POEMA LIVRE (máximo 30 linhas)
CRÔNICA (máximo 30 linhas)
DRAMATURGIA (textos teatrais adultos ou infantis que possibilitem a encenação de um espetáculo de, no mínimo, 40 minutos de duração).
Tema (único) para todas as modalidades: ROÇA
(Não há necessidade de usar a palavra "roça")
Prazo: 31 de outubro de 2008
Endereço: Academia de Letras de Maringá
Caixa Postal 982 - MARINGÁ - PR / CEP: 87001-970
Normas:
Máximo 03 (três) trabalhos em cada modalidade.
Trova: Sistema de envelopes.
Demais modalidades: Papel A-4, em quatro vias, Times New Roman, corpo 12, usando pseudônimo. Anexar envelope menor (fechado) indicando externamente a modalidade, título e pseudônimo, e, internamente, identificação do concorrente: nome, endereço completo, telefone, assinatura e (se possível) e-mail. Para os textos teatrais, folhas numeradas e encadernadas, com título e pseudônimo na capa. Todos os textos devem ser inéditos e não serão aceitas adaptações em dramaturgia. Os textos não poderão ser divulgados por quaisquer meios, total ou parcialmente, até a data da publicação do resultado da seleção.
Premiação: Troféu e diploma para 10 (dez) vencedores na modalidade Trova, 01 (um) vencedor na modalidade Dramaturgia, e 05 (cinco) vencedores em cada uma das demais modalidades, em festa programada para abril de 2009.
Os trabalhos premiados serão publicados em livro a ser editado pela Academia de Letras de Maringá.
Os autores dos trabalhos premiados autorizam sua publicação pela Academia de Letras de Maringá, sem ônus de nenhuma espécie.
As decisões das comissões julgadoras serão definitivas.
A participação no concurso significa aceitação plena das normas aqui relacionadas.
Não poderão participar do concurso os sócios efetivos da Academia de Letras de Maringá.
Academia de Letras de Maringá
Olga Agulhon
Presidente
→ FAVOR DIVULGAR
Telefones para contato: (0xx) 44-3225-8045 (Olga); 44-3224-3662(Eliana Palma); 44-3227-4311 (Assis).
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
ROMPER O SILÊNCIO COM UMA CANÇÃO
As lindas taças pinheirais foram substituídas por imensos cafezais, a bela floresta sul americana está sendo trocada por oceanos de cana e grandes milharais.
Estas são palavras poéticas que mostram a silenciosa tragédia, nossa biodiversidade agora dá lugar para as cidades, os campos sombrios das monoculturas são verdadeiras sepulturas de milhares de vidas assassinadas por ambição.
Entendo que temos que produzir comida para nossa alimentação, algodão para nossa confecção e álcool para nossa condução. Mas creio que a produção deva ser sustentável, ou seja, sem comprometer a vida das futuras gerações. Isso se faz com inteligência e não com egoísmo.
Não temos a capacidade de deixar míseros 30 metros de mata ciliar a cada lado do rio. Choramos por não podermos derrubar aquela araucária centenária araucária. As crianças desde pequenas ao verem um inseto automaticamente possuem a cruel atitude de detona-lo, o mais estranhos é que vemos isso e nada fazemos, como se fosse tudo normal. Mata-se serpentes a sangue frio, como se o animal não sentisse dor ou fosse culpado pela lendária tradição de se matar cobras. E assim a morte vaga pelos campos, como o condor nos Andes, talvez de forma silenciosa, mas sempre “eficaz”.
Jogamos toneladas de veneno em nossas terras, tentando corrigir um problema, mesmo sem o conhecer profundamente. Ignoramos a teoria da trofobiose, lutamos contra as leis da natureza, ao invés de usa-las em nosso favor. Começamos a “se dar mal”, as epidemias batem a nossa porta, os furacões levam nossos impérios, a seca mata nossa horta, a água invade nosso sagrado lar e as mesmas toneladas de veneno que jogamos na terra retornam a nossa boca na forma de comida.
Belas propagandas mostram que a fome no mundo é causada pela falta de produção de alimentos, assim manipula a mente do povo. Vale a pena parar para pensar que cada vez mais se produz comida e a fome continua. Sabe-se que o maior problema é a distribuição de renda e a incorreta administração dessa comida. Muito que as pessoas poderiam consumir vai para outros fins não alimentícios, o desperdício ocorre deforma silenciosa quase que a cada refeição, quando vai para o lixo o que poderia matar a fome do próximo. Não temos sequer a capacidade de planejar antes de cozinhar cada refeição. Se de um lado desperdiçamos de outro somos verdadeiros “mãos de vaca”, pois quando vamos aos supermercados não compramos um produto com selo verde, apenas porque este custa uns míseros centavos a mais. Talvez esse dinheiro nos sirva para comprarmos velas em nosso velório, como diz um dito bem popular, pois “do jeito que a coisa anda”, é isso que nos resta, pois é este caminho que estamos escolhendo. Mesmo depois de mortos continuamos poluindo.
Desperdiçamos nossa água, nossa luz solar e a maior biodiversidade do mundo. Se alguém faz o certo é rotulado como louco, isso nos da medo e preferimos viver no silêncio, no mais profundo silêncio. Temos vergonha de mudar, porque talvez alguém está nos falando que devemos seguir o mundo. Nada contra, desde que com responsabilidade.
Deixamos cair grandes áreas de florestas e nos consolamos com míseros remanescentes deixados pelo governo como amostra do passado, ou seja, um museu vivo. As futuras gerações talvez terão que se consolar com paredões rochosos secos, onde antes chamávamos de cachoeiras. Estas gerações também poderão ser alvos das nossas amas que apontamos para o futuro.
Sabemos que muito ainda nos resta desde que saibamos usar esse muito, pois ainda podemos dizer que temos água, Amazônia e campos floridos. temos a tecnologia em nossas ingratas mãos e dois caminhos a seguir, podemos direcionar o futuro, ou pelo menos achamos que podemos. Resta agora a missão de deixarmos de lado nossas diferenças em se unirmos em nossa semelhança de seres humanos, e assim buscarmos o bem comum em um só coral em que todos entoem apenas uma simples canção: a vida!
ANDERSON GIBATHE (AMBIENTALISTA)
ROMPER O SILÊNCIO COM UMA CANÇÃO
As lindas taças pinheirais foram substituídas por imensos cafezais, a bela floresta sul americana está sendo trocada por oceanos de cana e grandes milharais.
Estas são palavras poéticas que mostram a silenciosa tragédia, nossa biodiversidade agora dá lugar para as cidades, os campos sombrios das monoculturas são verdadeiras sepulturas de milhares de vidas assassinadas por ambição.
Entendo que temos que produzir comida para nossa alimentação, algodão para nossa confecção e álcool para nossa condução. Mas creio que a produção deva ser sustentável, ou seja, sem comprometer a vida das futuras gerações. Isso se faz com inteligência e não com egoísmo.
Não temos a capacidade de deixar míseros 30 metros de mata ciliar a cada lado do rio. Choramos por não podermos derrubar aquela araucária centenária araucária. As crianças desde pequenas ao verem um inseto automaticamente possuem a cruel atitude de detona-lo, o mais estranhos é que vemos isso e nada fazemos, como se fosse tudo normal. Mata-se serpentes a sangue frio, como se o animal não sentisse dor ou fosse culpado pela lendária tradição de se matar cobras. E assim a morte vaga pelos campos, como o condor nos Andes, talvez de forma silenciosa, mas sempre “eficaz”.
Jogamos toneladas de veneno em nossas terras, tentando corrigir um problema, mesmo sem o conhecer profundamente. Ignoramos a teoria da trofobiose, lutamos contra as leis da natureza, ao invés de usa-las em nosso favor. Começamos a “se dar mal”, as epidemias batem a nossa porta, os furacões levam nossos impérios, a seca mata nossa horta, a água invade nosso sagrado lar e as mesmas toneladas de veneno que jogamos na terra retornam a nossa boca na forma de comida.
Belas propagandas mostram que a fome no mundo é causada pela falta de produção de alimentos, assim manipula a mente do povo. Vale a pena parar para pensar que cada vez mais se produz comida e a fome continua. Sabe-se que o maior problema é a distribuição de renda e a incorreta administração dessa comida. Muito que as pessoas poderiam consumir vai para outros fins não alimentícios, o desperdício ocorre deforma silenciosa quase que a cada refeição, quando vai para o lixo o que poderia matar a fome do próximo. Não temos sequer a capacidade de planejar antes de cozinhar cada refeição. Se de um lado desperdiçamos de outro somos verdadeiros “mãos de vaca”, pois quando vamos aos supermercados não compramos um produto com selo verde, apenas porque este custa uns míseros centavos a mais. Talvez esse dinheiro nos sirva para comprarmos velas em nosso velório, como diz um dito bem popular, pois “do jeito que a coisa anda”, é isso que nos resta, pois é este caminho que estamos escolhendo. Mesmo depois de mortos continuamos poluindo.
Desperdiçamos nossa água, nossa luz solar e a maior biodiversidade do mundo. Se alguém faz o certo é rotulado como louco, isso nos da medo e preferimos viver no silêncio, no mais profundo silêncio. Temos vergonha de mudar, porque talvez alguém está nos falando que devemos seguir o mundo. Nada contra, desde que com responsabilidade.
Deixamos cair grandes áreas de florestas e nos consolamos com míseros remanescentes deixados pelo governo como amostra do passado, ou seja, um museu vivo. As futuras gerações talvez terão que se consolar com paredões rochosos secos, onde antes chamávamos de cachoeiras. Estas gerações também poderão ser alvos das nossas amas que apontamos para o futuro.
Sabemos que muito ainda nos resta desde que saibamos usar esse muito, pois ainda podemos dizer que temos água, Amazônia e campos floridos. temos a tecnologia em nossas ingratas mãos e dois caminhos a seguir, podemos direcionar o futuro, ou pelo menos achamos que podemos. Resta agora a missão de deixarmos de lado nossas diferenças em se unirmos em nossa semelhança de seres humanos, e assim buscarmos o bem comum em um só coral em que todos entoem apenas uma simples canção: a vida!
ANDERSON GIBATHE (AMBIENTALISTA)
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
A FESTA, O SILÊNCIO E O VELÓRIO
As lágrimas corriam como cascatas no deserto, uns poucos se aglomeravam perto do caixão e das poucas velas quase apagando. Era um velório, porém diferente, ou seja, anormal. As poucas vidas ali presentes se manifestavam muito lentamente.
Tudo parecia calmo, muito calmo. O pior era saber que se tratava de um homicídio, porém silencioso. Alguns nem sabiam que eram responsáveis por aquela morte, mas eram todos cobaias de gente de alta classe. Os suspeitos de planejarem o assassinato eram bem conhecidos, muito afamados.
Uma senhora chamada televisão mal programada era uma das suspeitas, trazia consigo alguns falsos testemunhos, e o pior: a camuflagem. Trazia ainda obras literárias modificadas, assuntos incertos e uma porção de propagandas. Era linda, adorada, amada, presente na maioria dos lares daquela pátria. Seus seguidores eram nela alienados e muitas vezes a respeitavam mais que a própria família, pois os pais deixavam de conversar com os filhos para seguir os conselhos desta madame. Talvez tivessem um pouquinho de razão, pois era uma senhora muito bonita e mostrava um mundo que era mil maravilhas, onde tudo no final acabava bem. Puxa vida, que legal!
Quem estava no caixão era uma senhora, agora pouco conhecida, quase esquecida por muitos, seu nome era Cultura. A maioria a ignorava, pois era uma senhora mais idosa e para conhecer sua beleza era necessário a conhece-la profundamente, mas isso era muito trabalhoso, pois viviam num mundo moderno e a maioria não se interessava em conhecer melhor, pois tomava muito tempo. Seus pensamentos pareciam ultrapassados, pois não mostrava as cenas da ultima novela. Ainda quem quisesse conviver com ela teria que ler grandes livros, ser disciplinado e civilizado. Isso parecia difícil, era como se houvesse uma pedra no sapato dos modernos.
E o velório seguia, alguns senhores e algumas senhoras insistiam em velar aquela criatura agora gelada, mais tarde estaria lacrada em um túmulo escuro num campo poluído e se manteria silenciosa talvez por toda a eternidade. Alguns livros empoeirados, telas que antes eram chamadas de obras de arte, canções... Tudo naquele profundo silêncio. Era triste, muito triste.
Mas a certas alturas daquele funeral, algo chamou a atenção, uma senhorita com pouca roupa desfilava sorrindo, era muito bela e ganhava olhares de todos, pois afinal trazia coisas muito belas apesar de deixar tristes rastros de poluição, mas isso era o que menos importava. Era a senhorita Modernidade, que trazia consigo muitos seguidores, a maioria alienados e faziam de conta que nem viam o velório. A Modernidade é linda! Parecia ser neutra,mas trazia vários blocos que dividiam opiniões entre si, mas todos iam para o mesmo rumo. Tinha o bloco das drogas, das marcas, da alienação e tantos outros. Era fácil de segui-la, pois não era preciso ser civilizado, bastava “ter”.
Quem por ali passava podia escolher quem ia seguir. Cada um tinha livre arbítrio, sendo assim, podiam decidir. Campanhas faziam apologias para ambos os lados, porém o lado da senhorita modernidade era dotado de muita beleza e “felicidade”. Puxa vida que legal!
No meio de tudo isso havia um silencio profundo, como se nada estivesse acontecendo, como se fosse normal matar e morrer. E no meio desse silencio surgia um grupo de estudiosos que tentavam ressuscitar a senhora cultura. Como era difícil, travar uma batalha contra a maioria.
Tudo se passava em um tempo que parecia não ter fim, a senhorita Modernidade trazia cada vez mais coisas novas. Era o mundo, uns festavam, outros apenas trabalhavam, outros choravam, alguns lutavam. Cada ação trazia conseqüências negativas e positivas dependendo do que era feito.
E tudo isso segue até hoje. E você, vai com a modernidade? Com a minoria que conserva suas origens? Ou ficará no silencio?
(ANDERSON GIBATHE)
Algodão transgênico coloca “agrobiodiversidade” em risco, diz Greenpeace
A organização não-governamental (ONG) Greenpeace criticou a liberação do cultivo de algodão transgênico resistente ao herbicida glufosinato de amônia, aprovada na quinta-feira (21) pela Comissão Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
A ONG classificou a aprovação como uma “ameaça à agrobiodoversidade do país, especialmente do semi-árido, área rica em variedades silvestres de algodão”.
O algodão liberado é patenteado como Liberty Link pela multinacional alemã Bayer CropScience. Segundo o Greenpeace, o glufosinato, que poderá ser utilizado no cultivo desse algodão, “tem um histórico polêmico de contaminação do solo e com potenciais riscos à saúde humana”.
De acordo com o Greenpeace, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou para os riscos do herbicida para a saúde humana quando a CTNBio aprovou o milho transgênico da mesma multinacional em 2007, que, segundo a ONG, utiliza o mesmo princípio ativo do algodão liberado na quinta-feira.
“Segundo a Anvisa, o herbicida não é seguro para gestantes, lactantes e bebês recém-nascidos. Como tanto o milho como o algodão da Bayer são resistentes ao glufosinato, há o risco de grande aumento no uso desse herbicida e, com isso, aparecimento de ervas daninhas resistentes, além do aumento de resíduo do veneno na comida”, apontou o Greenpeace. (Fonte: Luana Lourenço/ Agência Brasil)
CTNBio aprova plantio de algodão transgênico no Brasil
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta quinta-feira (21) o plantio comercial de uma variedade de algodão transgênico da Bayer, tolerante ao herbicida glufosinato de amônia.
Com aval da comissão formada por cientistas, o próximo passo é a liberação do produto pelo Ministério da Agricultura.
No entanto, se houver recursos contra a decisão da CTNBio no prazo de 30 dias - como ocorreu nas últimas liberações de milho transgênico -, o processo tem que ser encaminhado para o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), orgão formado por representantes de 11 ministérios, que analisa a questão sob o ponto de vista sócio-político.
A decisão da CTNBio teve 18 votos a favor. Três integrantes da comissão votaram contra. Houve duas abstenções.
Foi a primeira aprovação de transgênico pela CTNBio desde setembro de 2007, quando autorizou o milho Bt11 da Syngenta, resistente a insetos.
"Estamos trabalhando desde fevereiro em pareceres e outras atividades, e só agora conseguimos votar", disse o presidente da CTNBio, Walter Colin, em comunicado.
O Brasil já planta comercialmente há alguns anos outras duas variedades de produtos agrícolas transgênicos, a soja (resistente ao herbicida glifosato), e o algodão (resistente a insetos), ambos com patente da Monsanto .
Três variedades de milho já aprovadas pelos órgãos governamentais e com registro no Ministério da Agricultura - da Syngenta, Bayer e Monsanto - estão em processo de multiplicação de sementes.
Para a próxima safra, estima-se que algumas lavouras de milho transgênico já possam ser semeadas comercialmente. (Fonte: Estadão Online)
POR QUE CURSAR UMA UNIVERSIDADE?
Qual o objetivo de entrarmos em uma universidade para adquirirmos mais conhecimento? Entramos para ajudar, com nossa conquista, aqueles que passam por privações maiores que as nossas, ofertando, assim, nossa contribuição para uma transformação social? Afinal, não há dúvida de que nas universidades são expostas excelentes teorias acerca de mudanças que tornariam nosso país e nosso mundo muito melhores para todos.
Mas, ei!... parece que há algo errado no paraíso...É para isso que entramos na faculdade? Para aprendermos a auxiliar com mais eficiência a sociedade, para colaborarmos com o fim da exploração do trabalho, para buscarmos eliminar as mais diversas formas de poluição, para combatermos os colapsos sociais?... Não. Entramos na universidade apenas para dar um melhor prosseguimento a toda desordem existente, entramos em um curso superior para explorarmos com mais competência, para roubarmos com mais classe, para poluirmos com mais eficácia, para matarmos com mais vigor, para sermos políticos mais astutos, administradores mais espertos, professores mais capacitados para lucrarem sempre mais, como se fossem donos de botecos ou representantes de prostíbulos, que ganham dinheiro repassando todo dia as mesmas ordens, entramos na faculdade para que nossa prostituição tenha outro nome, para que nos chamem de mestre, doutor, para que nosso carro seja mais atraente, para que nossas mãos não possuam calos, para que não fiquem maiores marcas nos locais onde cometeremos os crimes, estamos na universidade para que a encenação fique sempre atrás da cortinas, para que o palco não seja acessado por aqueles que não foram”dignos” de entrar no templo universitário, mais, muito mais que sagrado... Basta! Se os motivos para entrarmos na faculdade são esses, será melhor que todas a s portas das universidades sejam fechadas, pregadas com força, pelas mãos de homens rudes, analfabetos, mas que possuem a dignidade e o merecimento para dar fim a essa babaquisse que predomina no mundo dito superior. Basta! Se o motivo para nos “formarmos”for apenas a aquisição de uma maior habilidade para a extorsão, que todos os prédios de ensino sejam desativados, e convertidos em moradias para todos os desesperançados, os que habitam nas ruas, e que aí estão por conta da ajuda dos homens que têm na parede um diploma. Basta! De uma vez por todas, basta!
Maygon André Molinari
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
CIDADE HUMANA NO ORKUT
ESTAMOS OCUPANDO MAIS UM ESPAÇO NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA PARA LEVAR AOS INTERNAUTAS E A POPULAÇÃO EM GERAL O QUE MUITA GENTE NÃO QUER QUE VOCE SAIBA. ESTAMOS NO ORKUT, COM O OBJETIVO DE DIVULGAR VIDEOS, FOTOS E A REAL SITUAÇÃO DESTE MUNDO ATUAL.CONTAMOS COM O ACESSO DE VOCÊS.
http://www.orkut.com.br/Home.aspx
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quinta-feira, 14 de agosto de 2008
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Maria Madalena e Jesus tinham relação de aluna e mestre, dizem especialistas
A maioria dos que estudam as origens do cristianismo tem poucas dúvidas: Maria Madalena cumpriu um papel importante entre os primeiros seguidores de Jesus, era uma das companheiras mais devotadas de Cristo e foi uma das primeiras a testemunhar sua fé na ressurreição do mestre. Mas, ao que tudo indica, a idéia de que os dois foram casados e tiveram filhos não passa de uma mistura de imaginação hiperativa moderna com brigas políticas de antigas seitas cristãs.
Explica-se: todos os textos que insinuam uma proximidade mais carnal entre Maria Madalena e Jesus são pelo menos cem anos mais recentes que os Evangelhos oficiais, tendo sido escritos por pessoas que queriam justamente desafiar as visões mais ortodoxas do cristianismo, as quais começavam a se firmar. Se a pesquisa mais sóbria enterra, por um lado, o romantismo à la "Código da Vinci", também demonstra, por outro, um dos aspectos mais radicais da missão religiosa de Jesus: o tratamento aparentemente igualitário dado às mulheres.
De fato, ao contrário de todos os líderes religiosos judeus antes e depois dele (antes da época moderna, claro), Cristo não via problema algum em ter seguidores dos dois sexos. "Duas das qualidades extraordinárias de Jesus são o fato de que ele recrutava seguidores e era itinerante. Mas o que é ainda mais incomum é o fato de ele recrutar seguidores do sexo feminino e masculino e viajar com ambos", escreve Ben Witherington III, especialista em Novo Testamento do Seminário Teológico Asbury (Estados Unidos).
Ambos os fatos seriam considerados escandalosos para os judeus do século I, para quem as mulheres deveriam ficar em casa com seus maridos e, quando viajassem, teriam de ser acompanhadas por parentes do sexo masculino. Segundo o padre John P. Meier, professor da Universidade de Notre Dame em Indiana (EUA) e autor dos livros da série "Um Judeu Marginal", sobre a figura histórica de Jesus, o escândalo é um ótimo motivo para acreditar que esse grupo de seguidoras, incluindo Maria Madalena, realmente existiu.
Constrangedora
Essa visão advém do chamado critério do constrangimento, que é uma das principais ferramentas usadas pelos historiadores para decidir se um fato narrado nos Evangelhos realmente aconteceu com Jesus. A idéia é que os evangelistas não teriam motivos para criar uma narrativa que pudesse causar problemas para sua pregação por ser potencialmente constrangedora. Ao mesmo tempo, sentiriam a necessidade de relatar a situação embaraçosa nos casos em que ela era de conhecimento geral e, portanto, não poderia ser simplesmente omitida.
Meier acredita que o critério do constrangimento pode ser aplicado a vários acontecimentos-chave da vida de Maria Madalena relatados no Novo Testamento. Um deles é a expulsão de sete demônios do corpo da mulher, graças ao poder de Jesus. Outra é a presença da ex-possessa durante a crucificação e sepultamento de Cristo. Finalmente, há o relato de que ela teria falado com o próprio Jesus ressuscitado, talvez até antes dos apóstolos.
"É improvável que os primeiros cristãos tenham se dado ao trabalho de lançar dúvidas sobre a confiabilidade de uma testemunha tão importante [da ressurreição de Jesus] transformando-a numa antiga endemoninhada", escreve Meier. O historiador acredita, portanto, que Maria Madalena realmente foi exorcizada por Jesus num momento crucial de sua vida, e especula que isso levou a mulher a se tornar discípula de Cristo.
De Magdala para Jerusalém
O nome "Madalena" indica que Maria nasceu em Magdala, um vilarejo de pescadores na costa noroeste do mar da Galiléia - a mesma região onde Jesus cresceu, portanto. Ela, porém, não era a única seguidora do mestre galileu - os Evangelhos citam pelo nome uma série de outras mulheres, como Joana, mulher de um administrador do tetrarca (governador) da Galiléia, Herodes Antipas. Além de acompanhar as pregações de Jesus, essas mulheres parecem ter ajudado a financiar as andaças de Cristo pela Palestina, colocando seus próprios bens à disposição dele.
Existe algum indício de uma relação mais próxima entre Jesus e a mulher de Magdala durante esse período? Zero, parece ser a resposta. Na verdade, nenhum dos textos do Novo Testamento dá qualquer indicação de que Jesus tenha, em algum momento, tido filhos ou se casado. Alguns estudiosos afirmam que, para um judeu do século I, o casamento era quase considerado uma obrigação religiosa, ligado ao mandamento de "crescer e multiplicar-se" presente no livro bíblico do Gênesis.
Acontece, porém, que Jesus não era um judeu comum, e tampouco vivia em uma época comum. Com efeito, algumas seitas e grupos mais radicais da época, como os chamados essênios, defendiam o celibato e chegavam a viver como "monges". Além disso, enquanto os textos bíblicos mencionam várias vezes a família de Jesus, não há menção alguma a mulher e filhos. Para John P. Meier, o mais provável é que eles nunca tenham mesmo existido, e que Jesus tenha sido celibatário como sinal do compromisso exigido por sua missão religiosa.
O certo é que Maria de Magdala, ou Madalena, aparentemente acompanhou Jesus até seu confronto final com as autoridades judaicas em Jerusalém, testemunhando sua morte e não saindo do lado dele mesmo quando muitos dos apóstolos fugiram. No relato da visão que ela teve do Ressuscitado, no Evangelho de João, ela exclama "Rabouni!" (algo como "meu professor", "meu mestre" em aramaico) ao reconhecê-lo.
"Jesus então diz a ela uma frase que normalmente é traduzida como 'não me toque', mas na verdade quer dizer 'não se segure em mim' ou algo do tipo", diz Ben Witherington III. "A idéia do evangelista é que ela não deve ficar presa ao Jesus do passado, mas sim sair dali e anunciar o Jesus ressuscitado", afirma o teólogo. Essa é a última vez em que Maria Madalena aparece no Novo Testamento. Não há detalhes confiáveis sobre o resto de sua vida.
Beijos polêmicos
De onde surge, então, a lenda do caso de amor entre mestre e aluna? De uma série de textos, a maioria deles encontrados no Egito e escritos em copta, como é conhecida a língua egípcia durante a época romana. (Acredita-se que muitos desses textos foram originalmente compostos em grego, e alguns desses originais foram achados.) O mais famoso deles é o Evangelho de Filipe, no qual Maria Madalena é descrita como a "companheira" de Jesus e diz-se que Cristo "costumava beijá-la com freqüência".
Acontece que todos esses textos parecem ter sido compostos no ano 200 da nossa era, ou até mais tarde, e compartilham uma mesma teologia, a do gnosticismo. Os gnósticos acreditavam numa espécie de revelação secreta e esotérica que lhes dava o verdadeiro conhecimento para a salvação, ao contrário da massa "ignara" dos demais cristãos. Essa opinião era combatida por outros grupos do cristianismo, que se consideravam os sucessores de apóstolos como Pedro e Paulo.
Com isso, Maria Madalena passou a ser usada pelos gnósticos como um símbolo do "conhecimento verdadeiro" que tinham de Jesus, e como a verdadeira predileta de Cristo, da qual eles seriam seguidores. Esse aspecto polêmico e tardio de tais textos torna bastante improvável que eles se baseiem em alguma memória histórica envolvendo a Maria Madalena real.
(Fonte: Reinaldo José Lopes / G1)
Livro mostra busca de Isaac Newton por 'código da Bíblia' sobre o fim do mundo
Um livro que acaba de chegar ao Brasil ajuda a revelar um lado surpreendente de Isaac Newton (1643-1727), pai da física moderna e responsável por formular a lei da gravidade, entre outras realizações científicas fundamentais. Nas horas vagas (ou, para ser mais exato, na maior parte do tempo durante sua maturidade), Newton se dedicava a um estudo detalhado, ponto por ponto, dos escritos atribuídos ao profeta Daniel e do Apocalipse, os dois livros bíblicos mais que mais versam sobre o fim do mundo. Para o cientista britânico, as duas obras eram guias precisos para a história do mundo até sua época e continham a chave para desvendar o que aconteceria no final dos tempos.
Os estudos apocalípticos de Newton estão na obra "As profecias do Apocalipse e o livro de Daniel" (Editora Pensamento), traduzida integralmente para o português pela primeira vez. As análises newtonianas coincidem apenas em parte com o que os modernos estudiosos da Bíblia consideram ser a interpretação mais provável das Escrituras. Mas não devem ser lidas como sinal de que o cientista tinha um lado "retrógrado" ou "obscurantista", alertam especialistas. Pelo contrário: é bastante possível que a fé religiosa de Newton, e seu interesse por assuntos esotéricos, tenham facilitado suas descobertas.
"A gente tem de inverter a relação. Não é apesar de suas crenças religiosas e místicas que o Newton consegue dar o pulo do gato nos trabalhos sobre a gravidade; é justamente devido a elas", afirma José Luiz Goldfarb, historiador da ciência e professor de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "Os próprios estudos bíblicos de Newton já denotam uma sensibilidade mais crítica e moderna, uma tentativa de estudar as profecias de forma quase matemática, usando cronologias detalhadas."
Pistas históricas
"A gente costuma deixar ciência e religião bem separadas, mas o fato é que os manuscritos de Newton, que chegam a 4.000 páginas, abordam principalmente esses estudos místicos e esotéricos", conta Mauro Condé, professor de história e filosofia da ciência da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Com a morte dele, a Universidade de Cambridge e a Royal Society [principal sociedade científica do Reino Unido, da qual ele fazia parte], que tinham um modelo para o que deveria ser o trabalho científico, privilegiaram parte da obra dele e deixaram o resto vir a público de forma meio aleatória", diz o pesquisador.
O livro em questão, publicado após a morte de Newton com base em suas anotações, é basicamente uma tentativa de desvendar o significado histórico das principais profecias do livro de Daniel (no Antigo Testamento) e do Apocalipse (livro do Novo Testamento que encerra a Bíblia cristã). Ambas as obras são caracterizadas pela riqueza de imagens simbólicas -- animais, estátuas, chifres, trombetas -- que funcionam como uma espécie de linguagem cifrada que o profeta propõe à sua audiência, e que às vezes é desvendada logo após a descrição das visões.
Newton, para quem Daniel "é um dos profetas mais claros para se interpretar", traça uma série de correspondências entre as imagens proféticas e eventos reais - no seu esquema, por exemplo, menções a "dias" sempre se referem, na verdade, a anos, animais ferozes e poderosos correspondem a reis ou nobres, e assim por diante. Usando essa chave simbólica, o cientista se propõe a relacionar todas as grandes ocorrências da história mundial, do exílio judaico na Babilônia (a partir de 586 a.C.) à sua época, com as visões de Daniel e, em menor grau, com as de João, o autor do Apocalipse.
Romanos, bárbaros e papas
As duas principais visões do livro de Daniel se referem a uma estátua feita de vários tipos de metal precioso e não-precioso, e a uma sucessão de animais ferozes de aspecto sobrenatural. A interpretação tradicional (inclusive no interior do livro bíblico) é associar cada um dos metais e das feras a reinos que se sucederiam até o fim dos tempos, quando Deus salvaria seu povo e instauraria seu domínio sobre o mundo.
No caso da estátua, temos os metais ouro, prata, bronze, ferro e argila misturada com ferro; para Newton, a correspondência é com os impérios da Babilônia, da Pérsia, dos gregos de Alexandre Magno e de Roma; "ferro e argila" misturados significariam as nações européias oriundas do território fragmentado de Roma, fundadas a partir de reinos bárbaros. Um esquema semelhante é aplicado aos animais ferozes; Newton aproveita o fato de que um deles tem dez chifres para associá-lo aos dez reinos bárbaros europeus fundados após a queda de Roma.
Após esses dez chifres, surge mais um, "menor, e três dos primeiros foram arrancados para dar-lhe lugar. Este chifre tinha olhos idênticos aos olhos humanos e uma boca que proferia palavras arrogantes", diz o profeta. Newton afirma que esse chifre arrogante é a Igreja Católica, que havia se tornado um império ao adquirir vastas extensões de terra na Itália durante a Idade Média. O cientista traça a interpretação porque o livro de Daniel diz que o novo chifre "perseguia os santos".
Fortemente anticatólico, Newton associava a Igreja à promoção de práticas vistas por ele como demoníacas, como a adoração dos santos, bem como à perseguição dos verdadeiros cristãos. Para ele, a Igreja Católica também pode ser identificada com a Besta do Apocalipse, representada pelo número 666. Em seus cálculos, Newton dá a entender que o fim do mundo viria após a reconstrução do templo de Jerusalém, em torno do ano 2400 - mas se abstém de apontar um ano específico.
Valeu a tentativa
Apesar do esforço interpretativo de Newton, poucos estudiosos atuais do texto bíblico vão concordar com sua análise. Para começar, enquanto o físico considerava que o livro de Daniel tinha sido escrito no século 6 a.C. pelo profeta do mesmo nome, o consenso moderno é que a obra é tardia, de meados do século 2 a.C. - relatando, portanto, muitas coisas que já eram passado no tempo do profeta antes de se dedicar à profecia propriamente dita.
Assim, Roma e a época cristã nem seriam mencionadas em Daniel: o profeta estaria falando apenas dos reinos sucessores de Alexandre Magno que lutavam pelo controle da terra de Israel naquela época. "Seriam, portanto, profecias depois do fato", escreve Lawrence M. Wills, professor de estudos bíblicos da Episcopal Divinity School (Estados Unidos). De acordo com Wills, o chifre perseguidor dos "santos" representa, mais provavelmente, o rei sírio Antíoco Epífanes (morto em 164 a.C.), e não tem relação alguma com a Igreja Católica.
Tudo isso pode soar um bocado estranho para os que estão acostumados à separação moderna entre ciência e religião, mas José Luiz Goldfarb vê indícios dos interesses bíblicos de Newton na própria formulação da lei da gravidade. "No hebraico bíblico existe a palavra makom, que significa 'lugar'. Mas, com a evolução do pensamento rabiníco, ela passa a designar a própria divindade. O Newton cita essa palavra em seus escritos, e parece ter usado o conceito para explicar como a gravidade atuava à distância -- como a gravidade do Sol pode atrair a Terra, por exemplo. É como se entre o Sol e a Terra houvesse um makom, que é Deus, o qual está em todos os lugares", diz o pesquisador.
Goldfarb ressalta que Newton é só mais um exemplo de patrono da ciência que tinha suas idéias "fertilizadas" pelo pensamento místico de sua época. "Os dois campos se falavam e se influenciavam muito", diz. A crença monoteísta (num Deus único), se vista como um todo, também pode ter sido uma influência positiva nos primórdios da ciência e da filosofia, de acordo com Mauro Condé.
"O monoteísmo nos parece simples, mas já exige uma forma de pensamento mais sofisticada e abstrata", diz ele. "E a busca por essências da natureza, por leis ordenadas, é uma coisa que Newton compartilha com filósofos como Platão. Isso foi incorporado na teologia cristã desde o começo", afirma Condé.
(Fonte: Reinaldo José Lopes / G1)
Príncipe Charles: desenvolver transgênicos causará a pior catástrofe ecológica
O desenvolvimento em massa de culturas transgênicas pode provocar a pior catástrofe ambiental jamais visto no mundo, afirmou nesta quarta-feira (13) o príncipe Charles, herdeiro do trono da Inglaterra e fervoroso defensor da causa ecológica.
O príncipe de Galles também disse que depender de "grupos gigantescos" para a produção de alimentos em vez de pequenos agricultores irá terminar com um "desastre total".
"É disso que temos que falar, é de segurança alimentar e não de produção de alimento, é o que é importante", declarou o príncipe numa entrevista ao jornal britânico The Daily Telegraph.
"E se as pessoas acham que de um modo ou de outro isto vai funcionar porque eles vão ter uma nova forma de técnica genética engenhosa, então não contem comigo, porque isto vai ser a maior catástrofe ambiental de todos os tempos", disse.
"Não se trata de voltar atrás. Trata-se de reconhecer que estamos do lado da natureza, não contra ela. Nós vimos trabalhando contra a natureza há muito tempo", destacou.
O Banco Mundial afirmou que os preços dos alimentos quase dobraram nos três últimos anos, e seu presidente Robert Zoellick afirmou que dois bilhões de pessoas foram afetadas por esta crise de alimentos. (Fonte: Yahoo!)
terça-feira, 12 de agosto de 2008
AMAZÔNIA PELA METADE NÃO!
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ESCOLA DO TEMPO!CAINDO E LEVANTANDO!
ESCOLA DO TEMPO!CAINDO E LEVANTANDO!
Não quero fazer apologias ao atraso, muito menos endeusar os tempos passados, apenas quero relembrar, senão tentar imortalizar este tempo que talvez a História tenha arquivado. Trata-se senão da preciosa, mas brilhante década de 90.
Éramos inocentes, teimosos, vivíamos nos aventurando no próprio cotidiano, caíamos, levantávamos, chorávamos...Aquelas bicicletas que eram a diversão, quando não aqueles carrinhos de 4 rodas nas descidas, ou mesmo, as escadinhas pelos barrancos. Aprendizes dos mistérios.Felizes...
O governo era neoliberal, mas para nós não importava nada, o que importava é que o governo mandava uns cadernos de bordas laranjas, com a estampa de Tiradentes na capa, e o hino nacional no verso do caderno. As meninas possuíam o tal de Caderno de confidências (orkut da época), o sonho dos meninos era ler os mesmos e ficar sabendo de uma porção de coisas conspiradas em linhas numeradas.
O vício era de chiclete, ou melhor, pelas figurinhas contidas nestes, tinha da Barbie, Rei Leão, Bichos com nome de gente, mais tarde Chiquititas. Os doces custavam 10 centavos, tinha Maria cachucha, Maria mole, gibi e os copinhos que vinham com um homenzinho de plástico como brinde. No inverno colocávamos leite e açúcar em um copo e deixávamos para gelar nas noites frias de geada, que acreditávamos que caía do céu, mais tarde descobria-se que se formava na terra, com o congelamento do sereno. Ainda nessa época cheirávamos mimosa ou mexerica, como queiram.
Não pegávamos nada de estranhos, nem carona. Tínhamos medo de ladrões de criança, maconha, visagens...Mera insegurança em si mesmo, infantilidade.
Se falasse palavrão ou “maroteza’, era aquela surra, aí vinha chinelo, couro, cinta...Sabe-se da dor passada, mas graças a isso escapamos da marginalidade, pelos menos até agora. Pode-se dizer graças aos pais somos cidadãos! Joelhos esfolados de tombos oriundos de muita traquinagem, brincava-se de caçador, polícia e ladrão, de mãe, e...tantas cirandas que são sepultadas junto com a cultura nos dias atuais.
Nem imaginávamos a internet, celular, uma utopia! Nos conformávamos com as tvs preto e branco, já tinha Philco, Philips e Telefunkem.Os gibis da turma da mônica eram nossa literatura, líamos!
Corríamos atras de vaga-lumes, participávamos de novenas, tínhamos medo do fim do mundo! Imaginávamos o céu...Filosofia pura, embora infantil.Uma saga, felicidade? Sim, isso se chamava felicidade! O medo e a imaginação dominavam nossos instintos, nada mais natural, muito natural, mais natural que os games de hoje em dia.
Escola era de um cômodo, com duas classes dividindo o mesmo espaço, estudar era sinônimo de esforço, caminhando alguns quilômetros até a escola, quanta coisa se passou. Não tem como não falar das sopas da merenda, inesquecível tempo.
Não se esquentava a cabeça, rosas da época tinham menos espinhos, porém mais afiados...talvez! Éramos personagens de um seriado que ainda não chegou ao fim, vida....a vida! Sonhadores éramos, eu vivia mergulhado em minha timidez, mas tarde começaria a mudar, era pequeno e magrelo, o tempo mudou alguns detalhes! Ostracismo, talvez, porém o que lembro guardo em minha mente...
Dizem que evoluímos, se dividimos, experimentamos outras sensações e realidades. Sorrimos ...muito! e choramos quando caíamos, entristecíamos, ...choramos quando morreram os Mamonas Assassinas.
O tempo passa, continuamos caindo e levantando, chorando e sorrindo, porém agora com o peso de nossas responsabilidades. Para ser realista e filosófico, resumo tudo em : ‘VALEU A PENA, AQUILO FOI O ALICERCE DE HOJE’.Valeu a pena!
ANDERSON GIBATHE (ANTENA)
Plantações de transgênicos podem estar matando as abelhas
Uma dizimação misteriosa das populações de abelhas preocupa os apicultores alemães, enquanto um fenômeno semelhante nos EUA está assumindo gradualmente proporções catastróficas
Walter Haefeker é um homem que está acostumado a pintar cenários sombrios. Ele faz parte do conselho diretor da Associação Alemã de Apicultores (Dbib) e é vice-presidente da Associação Européia de Apicultores Profissionais. E como reclamar faz parte da atividade do lobista, é praticamente seu dever profissional alertar que "a própria existência da apicultura está em risco".
O problema, disse Haefeker, tem várias causas, uma delas o ácaro Varroa, oriundo da Ásia, e outra a prática disseminada na agricultura de borrifar as flores silvestres com herbicidas e promover a monocultura. Outra possível causa, segundo Haefeker, é o uso crescente e controverso de engenharia genética na agricultura.
Já em 2005, Haefeker encerrou um artigo para o qual contribuiu no jornal "Der Kritischer Agrarbericht" (Relatório Agrícola Crítico) com uma citação de Albert Einstein: "Se a abelha desaparecer da superfície do planeta, então ao homem restariam apenas quatro anos de vida. Com o fim das abelhas, acaba a polinização, acabam as plantas, acabam os animais, acaba o homem".
Eventos misteriosos nos últimos meses repentinamente fizeram a visão apocalíptica de Einstein parecer mais relevante. Por motivos desconhecidos, as populações de abelhas por toda a Alemanha estão desaparecendo - algo que até o momento está prejudicando apenas os apicultores. Mas a situação é diferente nos Estados Unidos, onde as abelhas estão morrendo em números tão dramáticos que as conseqüências econômicas poderão em breve ser calamitosas. Ninguém sabe o que está causando a morte das abelhas, mas alguns especialistas acreditam que o uso em grande escala de plantas geneticamente modificadas nos Estados Unidos poderia ser um fator.
Felix Kriechbaum, um representante da associação regional dos apicultores na Baviera, informou recentemente um declínio de quase 12% na população local de abelhas. Quando as "populações de abelhas desaparecem sem deixar vestígio", disse Kriechbaum, é difícil investigar as causas, porque "a maioria das abelhas não morre na colméia". Há muitas doenças que podem fazer as abelhas perderem seu senso de orientação, de forma que não podem encontrar seu caminho de volta às suas colméias.
Manfred Hederer, o presidente da Associação Alemã de Apicultores, quase que simultaneamente informou uma queda de 25% nas populações de abelhas por toda a Alemanha. Em casos isolados, disse Hederer, declínios de até 80% foram informados. Ele especula que "alguma toxina em particular, algum agente do qual não estamos familiarizados", está matando as abelhas.
Até o momento, os políticos têm demonstrado pouca preocupação diante de tais alertas e da situação difícil dos apicultores. Apesar de estes terem recebido uma chance de expor seu caso -por exemplo, às vésperas da aprovação pelo Gabinete alemão do documento de política de engenharia genética de autoria do ministro da Agricultura, Horst Seehofer, em fevereiro- suas queixas ainda permanecem em grande parte ignoradas.
Mesmo quando os apicultores recorrem à Justiça, como fizeram recentemente em um esforço conjunto com a sucursal alemã da organização de agricultura orgânica Demeter International e outros grupos contrários ao uso de plantações de milho geneticamente modificado, eles só podem sonhar com o tipo de atenção da mídia que grupos ambientalistas como o Greenpeace atraem com seus protestos em locais de teste.
Mas isto poderá mudar em breve. Desde novembro passado, os Estados Unidos estão vendo um declínio das populações de abelhas tão drástico que ofusca todas as ocorrências anteriores de mortalidade em massa. Os apicultores na Costa Leste dos Estados Unidos se queixam de terem perdido mais de 70% de suas colônias desde o final do ano passado, enquanto a Costa Oeste vê um declínio de até 60%.
Em um artigo em sua seção de negócios no final de fevereiro, o "New York Times" calculou os prejuízos que a agricultura americana sofreria em caso de dizimação das abelhas. Especialistas da Universidade de Cornell, no interior de Nova York, estimaram o valor que as abelhas geram -polinizando plantas responsáveis por frutas e legumes, amendoeiras e trevos que alimentam animais- em mais de US$ 14 bilhões.
Os cientistas chamam o fenômeno misterioso de "Colony Collapse Disorder" (CCD, desordem de colapso da colônia) e ele está se transformando rapidamente em uma espécie de catástrofe nacional. Várias universidades e agências do governo formaram um "Grupo de Trabalho para CCD" para procurar as causas da calamidade, mas até o momento continuam de mãos vazias. Mas, como Dennis van Engelsdorp, um apicultor do Departamento de Agricultura da Pensilvânia, eles já estão se referindo ao problema como uma potencial "Aids do setor de apicultura".
Uma coisa é certa: milhões de abelhas simplesmente desapareceram. Na maioria dos casos, tudo o que resta nas colméias são proles condenadas. Mas as abelhas mortas não são encontradas - nem nas colméias e nem em qualquer lugar próximo delas. Diana Cox-Foster, um membro do Grupo de Trabalho para CCD, disse ao "The Independent" que os pesquisadores estão "extremamente alarmados", acrescentando que a crise "tem o potencial de devastar o setor de apicultura americano". É particularmente preocupante, disse ela, o fato da morte das abelhas ser acompanhada por um conjunto de sintomas "que não parece se enquadrar em nada na literatura".
Em muitos casos, os cientistas encontraram evidência de quase todos os vírus de abelha conhecidos nas poucas abelhas sobreviventes encontradas nas colméias, após a maioria ter desaparecido. Algumas apresentavam cinco ou seis infecções ao mesmo tempo e estavam infestadas de fungos - um sinal, disseram especialistas, de que o sistema imunológico dos insetos pode ter entrado em colapso.
Os cientistas também estão surpresos com o fato de abelhas e outros insetos geralmente deixarem as colméias abandonadas intactas. Populações próximas de abelhas ou parasitas normalmente atacariam os depósitos de mel e pólen das colônias que morreram por outros motivos, como um frio excessivo no inverno. "Isto sugere que há algo tóxico na própria colônia que os repele", disse Cox-Foster.
Walter Haefeker, o diretor da associação alemã de apicultura, especula que "além de vários outros fatores", o fato de plantas geneticamente modificadas, resistentes a insetos, atualmente serem usadas em 40% das plantações de milho americanas pode ter um papel. O número é muito menor na Alemanha -apenas 0,06%- e a maioria se encontra nos Estados do leste, de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Brandemburgo. Haefeker recentemente enviou a um pesquisador do Grupo de Trabalho para CCD alguns dados de um estudo de abelhas que ele há muito sente que mostra uma possível conexão entre a engenharia genética e a doença nas abelhas.
O estudo em questão é um pequeno projeto de pesquisa realizado na Universidade de Jena, de 2001 a 2004. Os pesquisadores examinaram os efeitos do pólen de uma variante geneticamente modificada de milho, chamada "milho Bt", sobre as abelhas. Um gene de uma bactéria do solo foi inserido no milho, que permitiu à planta produzir um agente que é tóxico a pragas de insetos. O estudo concluiu que não havia evidência de "efeito tóxico do milho Bt em populações saudáveis de abelhas". Mas quando, por acaso, as abelhas usadas nas experiências foram infestadas por um parasita, algo estranho aconteceu. Segundo o estudo da Jena, "um declínio significativamente forte no número de abelhas" ocorreu entre os insetos que se alimentaram de uma ração altamente concentrada de Bt.
Segundo Hans-Hinrich Kaatz, um professor da Universidade de Halle, no oeste da Alemanha, e diretor do estudo, a toxina bacteriana no milho geneticamente modificado pode ter "alterado a superfície dos intestinos das abelhas, o suficiente para enfraquecê-las e permitir a entrada dos parasitas - ou talvez tenha sido o contrário. Nós não sabemos".
É claro, a concentração da toxina era dez vezes superior nas experiências do que no pólen normal do milho Bt. Além disso, a ração das abelhas foi ministrada ao longo de um período relativamente longo de seis semanas. Kaatz preferia ter continuado estudando o fenômeno, mas carecia dos recursos necessários. "Aqueles que têm o dinheiro não estão interessados neste tipo de pesquisa", disse o professor, "e aqueles que estão interessados não tem o dinheiro". (Fonte: Biodiversidad en América Latina)
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
ESTÁGIO, APRENDIZADO OU MAIS EXPLORAÇÃO?
O Congresso Nacional discute, já há alguns meses, dois projetos de lei que vão interferir na vida de milhares de jovens brasileiros: a Lei do Aprendiz e a Lei do Estágio.
Esses projetos tentam regulamentar a atividade de estágio e o contrato de aprendizagem. Na verdade, consolidam um fenômeno que se intensifica nas últimas décadas: a precarização do trabalho.
Desde a chamada "Crise do petróleo de 1973", entramos numa nova fase do capitalismo, conhecida pelo termo acumulação flexível. Ela é marcada pela flexibilidade na produção.
Flexibilidade em todos os sentidos: dos produtos (maior variedade), do capital (cada vez mais globalizado), da matéria-prima, da localização das empresas (em locais cada mais remotos) e, finalmente, a flexibilidade do trabalho e das leis que o protegem.
A flexibilidade do trabalho atinge também, e principalmente, a juventude que está entrando no mercado de trabalho, pois provoca mudanças nas leis para aumentar a precarização do trabalho.
O estágio, em teoria, é uma atividade profissional que deveria valorizar o ensino e preparar o estagiário para o mercado de trabalho, aperfeiçoando a formação acadêmico-profissional do estudante. No entanto, as empresas encaram o estágio como uma forma de contratar jovens trabalhadores como mão-de-obra barata.
É o que farão essas leis, do Estágio e do Aprendiz: regularizar e legitimar a precarização do trabalho.
Vemos pouquíssimos avanços, como por exemplo a garantia de 30 dias de férias e a limitação da carga horária diária em 06 horas. Porém, a parte que trata da vinculação da do projeto pedagógico ao estágio é muito vaga e não traz qualquer novidade neste sentido.
Isso é central: sem a articulação da atividade profissional do estagiário aos conhecimentos e práticas desenvolvidos na escola/ universidade, o estágio não passa de legitimação da mão-de-obra barata, que atende principalmente aos interesses das grandes empresas que vão preferir contratar estudantes ao invés de pagar um salário decente.
O estágio tem sido usado como forma de fraudar as obrigações trabalhistas, pois, conforme sabemos, no estágio não se cria vínculo de emprego. A utilização fraudulenta do contrato de trabalho pode facilmente ser averiguada pelo emprego de estagiários em setores que não tenham relação com a área do curso do estudante. O que ocorre, é que os estudantes que estagiam nessas circunstâncias, ao procurarem o aprendizado de um ofício, muitas vezes se defrontam com serviços precários e sem nenhum conteúdo profissionalizante.
Caro Estagiário/ Estudante, fique de olho!
FONTE: www.pcb.org.br
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
quarta-feira, 30 de julho de 2008
O que levar e os cuidados dentro dos parques
Para quem pensa em aproveitar as férias visitando o Parque Estadual de Guartelá, o Parque Estadual de Vila Velha ou qualquer outra das 27 Unidade de Conservação no Paraná abertas a visitação e não quer transformar a viagem em um problema, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos orienta sobre o que é necessário levar e o que não se deve fazer.
Independente do parque escolhido, os materiais básicos são os mesmos. Para uma boa caminhada é importante levar: água, boné, protetor solar, repelente contra insetos (principalmente no verão), vestimenta adequada com o uso de tênis confortável, capa de chuva, calça, camiseta. É importante lembrar que na maioria das Unidades de Conservação não há lanchonete, por isso é recomendado ao visitante levar lanches.
Vale lembrar que algumas atividades são proibidas dentro dos parques. O consumo de bebidas alcoólicas; a entrada de animais domésticos, qualquer tipo de comércio ambulante no interior da área; acampar; entrada de pessoas ou veículos em locais não autorizados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP); alimentar e assustar os animais; jogar lixo ou outros materiais na natureza; o porte de facas ou qualquer outra ferramenta manual de corte, armas de fogo e equipamentos que causem distúrbios sonoros na área; atos que possam provocar incêndios na área, como fazer churrasco; caçar; pescar.
“Uma simples bituca de cigarro pode provocar um incêndio, um animal doméstico pode trazer doenças para os animais do parque, por isso pedimos, para a própria segurança dos visitantes e do meio ambiente, para as pessoas tomarem certos cuidados”, diz o diretor de biodiversidade e áreas protegidas do IAP, João Batista Campos.
Para contribuir com a conservação dos parques os visitantes podem fazer sua parte. Começando trazendo seu lixo na volta, andando em silêncio tirando apenas fotografias, comunicando à administração seu retorno, andando somente pelas trilhas sinalizadas, parando em locais de descanso permitidos e principalmente obedecendo a sinalização e a orientação dos funcionários.
Governo anuncia novo projeto de privatização da Amazônia
Juliano Domingues,
de São Paulo (Radioagência NP)
O processo de privatização de trechos da Floresta Amazônica continua. O Serviço Florestal Brasileiro anunciou um novo projeto de concessão que permite a empresas privadas explorarem trechos da floresta nacional Saracá-Taquera, nos municípios de Faro e Oriximiná, ambos localizados no Estado do Pará.
Segundo o governo, a atividade vai ocorrer em um ritmo que não comprometerá a saúde da floresta. Serão entregues à inicitava privada mais de 200 mil hectares. Quem vencer a licitação terá o direito de explorar a área por até 40 anos. Estima-se que cada hectare dá um lucro anual de aproximadamente R$ 450 mil.
As comunidades locais temem serem excluídas do processo. Elas acreditam que as atividades das empresas irão inviabilizar a exploração da castanha-do-pará, açaí e outros produtos que servem de fonte de renda para as comunidades.
O governo pretende privatizar 25 milhões de hectares de florestas públicas até 2010. Esta é a segunda iniciativa adotada pelo Ministério do Meio Ambiente. Em setembro de 2007, a pasta lançou um edital de licitação para o chamado “Manejo Sustentável” da Flona do Jamari, situada no estado de Rondônia.
Copel vai gerar energia a partir de fezes de porcos
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou na terça-feira (29) a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) a iniciar projeto piloto para produzir energia elétrica a partir do biogás gerado pelas fezes de porcos.
Segundo o diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, o projeto deverá ser instalado na região do lago da hidrelétrica de Itaipu e poderá gerar o equivalente a 270 quilowatts (kw). Essa energia, de acordo com cálculos de técnicos da agência, é suficiente para abastecer cerca de 50 residências.
Kelman ressaltou que o projeto é particularmente importante por conciliar geração de energia com iniciativas para reduzir a dispersão desses dejetos. "Unir a despoluição dos rios à geração de energia elétrica é marcante para a sustentabilidade ambiental", disse. (Fonte: Leonardo Goy/ Estadão Online)
sexta-feira, 25 de julho de 2008
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Paraná denuncia senadora que defende gado alimentado com ração transgênica
O coordenador do Grupo de Trabalho sobre Transgênicos do Governo do Paraná, Álvaro Rychuv, encaminhou ofício para senadora Kátia Regina Abreu (DEM-TO) com críticas contra o Decreto Legislativo nº 90/2007, que busca suspender a identificação dos animais alimentados com ração transgênica. A identificação de alimentos geneticamente modificados é uma medida prevista por outro Decreto, o de número 4.680/03.“A população não pode ser enganada. A informação é imprescindível para que a população possa exercer seu direito de escolher qual alimento pretende consumir”, ressalta Rychuv.O coordenador rebate a justificativa da senadora, que considera o artigo 3º do decreto “verdadeiro convite ao seu descumprimento” - em razão de suposta dificuldade para rastreabilidade – e a sua interpretação sobre o símbolo que identifica os alimentos com organismos geneticamente modificados OGMs “que remetem a idéia de atenção e cuidado e pode fomentar a desconfiança na população”.Para Álvaro, a crítica representa a contradição que os defensores dos OGMs sempre revelam quando tentam impedir a identificação desses produtos. “Se não representa risco para saúde, porque querem impedir a identificação?”, questiona o coordenador. Ele salienta ainda que a identificação já ocorre em óleos de cozinha obtidos a partir da soja transgênica. “Assim, não haveria problema algum para identificar também os animais alimentados com ração transgênica”.Atualmente, Regina está em licença para, segundo informa o seu site, “tratar de assuntos particulares”. A senadora vai se dedicar às eleições municipais no Tocantins e à sua campanha para a presidência da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, cuja eleição será realizada entre outubro e novembro deste ano.
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